quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

"E ela não passava de uma mulher... inconstante e borboleta."

"Dos medos nascem as coragens; e das dúvidas as certezas. Os sonhos anunciam outra realidade possivel, e os delirios, outra razão. Somos, enfim, o que fazemos para transformar o que somos. A identidade não é uma peça de museu, quietinha na vitrine, mas a sempre assombrosa síntese das contradições nossas de cada dia. Nesta fé, fugitiva, eu creio. Para mim, é a única fé digna de confiança, porque é parecida com o bicho humano, fodido mais sagrado, e à louca aventura de viver no mundo. "

Eu ando tomando o rumo certo agora, me deseje sorte!

"Me entende, eu não quis, eu não quero, eu sofro, eu tenho medo, me dá a tua mão, entende, por favor. Eu tenho medo, merda!Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fos...se e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. Vou ali ser feliz e já volto."

Em parte eu sei que aqui dentro de mim, mora um silêncio que grita, mais grita tão fortemente que as vezes chega a me sacudir e bagunçar todos os meus orgãos tirando tudo de lugar, e além de ter que lidar com as cunfusões, que são demais, dentro da cabeça, a verdade é que o corpo vive em constante mudança. Eu ando criando dentro de mim uma expectativa tão imensa, tão viva, de coisas boas, de pessoas bonitas, de coragem sincera. Eu preciso falar, mas falar não é arte de todos, não é a minha.